15 de nov. de 2009

' Cuide de você

Hoje fui ver a exposição de Sophie Calle (cuide de você) que eu tava doida pra ver desde que chegou em Salvador. Estava morrendo de curiosidade para ler a carta que merecia uma exposição e assim que cheguei no MAM fui direto pra o lugar onde as cópias estavam guardadas. Quando terminei de ler confesso que senti inveja, não do término do romance e da forma como terminou, mas sim do amor. Enquanto eu estava lendo as interpretações das mulheres, queria encontrar alguma que eu pudesse dizer "é minha", ou então "se fulaninho terminasse comigo eu me sentiria assim", mas nem as versões mais frias se encaixavam, imagine então aquelas que diziam que ele ainda a amava...
Não era que eu queria ficar triste lembrando de alguém, mas é que as vezes eu me sinto tão fria, tão vazia, que eu queria ter alguém pra pensar, nem que fosse com tristeza ou saudade. Sophie Calle me destruiu. Não por ter me sentido em seu lugar, mas por me fazer sentir mais vazia ainda.
Depois de ver a exposição, fui passear pelo museu e resolvi descer pra ver o mar, foi um pouco depois do pôr - do - sol, então tinham muitos casais sentados juntinhos olhando o horizonte ou só conversando mesmo, na hora pensei em dar meia volta e ir embora mas decidi ir em frente, algum dia eu tinha que aprender a enfrentar casais, ainda que fossem tantos de uma vez. Fiquei um tempinho entre eles olhando o mar e tentando imaginar quem eu gostaria que estivesse ali comigo, mas simplesmente não me veio ninguém na cabeça e isso sim me deixou triste. O que a exposição não tinha conseguido fazer, o mar e todos aqueles casais conseguiram. Me senti extremamente só.
Li e reli a carta, tentando achar algum sentido pra mim, mas aquilo só foi piorando. Fiquei um tempinho sem nem conseguir organizar meus pensamentos, as coisas só começaram a voltar ao normal quando eu estava no ônibus de volta pra casa, porque foi quando eu fui esquecendo a exposição, as perguntas e as sensações que ela me provocou. Foi quando eu voltei a fingir que tava tudo bem e que eu não preciso de nada disso.
Normalmente funciona.
Ainda bem...



4 comentários:

Raisa Bastos y Rodrigues disse...

e eu sinto inveja de você.

Anônimo disse...

eu acompanhava seu blog até ver esse post, simplesmente deprimente.a menina acima ainda consegue ser pior, pq n tem como sentir inveja de algo tão deprimente.

Daniella Souza disse...

Ao anônimo:
Eu agradeço por você ter seguido o blog até agora e sinto muito por você não ter gostado do texto, mas eu não vejo o menor sentido em ter um blog e não poder escrever as coisas que eu quero por medo do que os outros vão pensar.
Se quiser continuar frequentando, ótimo, se não quiser, eu sinto muito!

Ah e quanto ao seu comentário sobre a menina que comentou antes de você, eu te aconselho a não falar do que não sabe. / dik.

NIP-Pp Núcleo de Intervenção e Pesquisa Psicopedagógica disse...

Nossa...os ânimos se alteraram aí!rsrsrsrs...
Calma gente, os dois estão com razão, mas, devem entender que isso "vida real" ninguém tem apenas bons sentimentos o tempo todo e é importante colocá-los p fora ainda que deprimam um pouco.
O anônimo está acostumado a seu alto astral, por isso o choque, mas ele vai estar aí quando essa fase passar, pelo menos é o que eu espero!kkkkkkkkk...
Vamos ficar de bem??????kkkkkkkkkkkk...