16 de mai. de 2010



Dez anos se passaram, o Capitão seguiu em frente, lutando bravamente contra a depressão, mudando de cidade, fazendo novos amigos, criando parceria nova com suas filhas, tentando de todas as formas continuar a vida de forma alegre e descontraída ao máximo e assim o fez, apenas deixando sempre claro que estava totalmente afastada a possibilidade de um novo relacionamento, ocupou-se principalmente de fazer com que a memória de sua Zene permanecesse constante e presente, fez mais que isso, materializou esta memória, em todas as farras, comemorações, eventos ou mesmo no dia a dia em família ela estava lá, fazendo parte de tudo e invariavelmente levando todos a largos sorrisos de lembrança das suas peculiaridades ou a emoções extremas quando se exemplificava suas atitudes humanas, altruísta, sensitiva e tantas outras, atitudes essas que se tornaram cada vez mais conhecidas através dos incansáveis relatos feitos por este que teria se revelado não só um companheiro constante amoroso e totalmente presente, mas um companheiro eterno, levando a todos a certeza de que este amor existe e estava ali, a frente de quem quisesse constatar, bastava que se sentasse numa mesa, ou em um sofá, em algum lugar onde seu Fernando estivesse e o ouvisse, simples assim, a beleza e a nitidez de uma relação Divina explodia nos seus olhos, nos seus gestos e na sua emoção ao falar dela.
Tudo o que fez durante estes últimos dez anos, o fez em parceria plena com esta lembrança, a casa nova, construída com todos os detalhes que ela gostaria, a “praça de alimentação”, espaço da casa dedicado às festividades da família feita em sua homenagem com direito a placa e musica composta por Dr Fred Diniz, o barco adquirido para descer o rio sabendo o quanto ela gostaria de estar fazendo, acompanhando a “netalhada” de perto, preocupação constante para que nada lhe fugisse ao controle para “Zene não ficar uma fera”, parceria total no dia a dia ao lidar com a funcionária ou com os estranhos que lhe batiam a porta, na auto vigilância com sua saúde e seus descontroles emocionais quando pego de surpresa por um sonho mais forte e significativo com ela, ou com uma decepção qualquer, com alguém ou alguma coisa, estão sempre juntos, essa é sua certeza prioritária.
Exatamente dez anos se passaram e eis o reencontro, o Capitão embarca em sua derradeira Nau, a do destino.
Parte deixando todos com a certeza da sua rota final, nesta ultima parada “sua Zene” o aguarda no porto e o reencontro se faz, sem sobressaltos ou inquietações referentes à próxima despedida, desta vez é para sempre, seres que fizeram por merecer a união eterna, nada ficou pendente, missão brilhantemente cumprida.
No porto da partida ficamos nós, os espectadores e coadjuvantes desta que se fez uma história de exemplo de vida e de amor completo e pleno. Nosso Capitão parte deixando-nos com mais esta dor de saudade, porém com a tranqüilidade de que está muito, muito bem e em paz ao lado do Pai maior, segurando a mão de sua saudosa alma gêmea.

Texto de: Asenath Filha (minha mãe!^^)


Já contei essa história milhares de vezes, mas nunca cheguei nem perto de conseguir colocar em palavras o quão grande era o amor deles. Minha mãe conseguiu!rs

2 comentários:

Acaso da Silva disse...

fora a história que já impressiona, a escrita está maravilhosa. Quando você tinha me tido sobre esse texto, você realmente não poupou elogios. Muito bom mesmo. Linda história, maravilhoso o texto.


Parabens a sua Mãe... de verdade :)

Itaninha disse...

Muito bem escrito! Você teve a quem puxar viu?!rs

Parabéns pelo blog Dandara! e obrigada pela visita ao meu viu

=)