"Quem disse que eu quero te perder? Quero não. Na pior das hipóteses amanhã te ligo, te peço pra não ficar bravo comigo, tento descobrir se o dano foi grande, te deixo com a ilusão de que um dia compenso essa sacanagem toda que invariavelmente apronto.
Não me interessa que tua fila ande. Morro de ciúme. Sou possessiva, gulosa, olho maior que a barriga.
Tenho, sim, um pouco de medo de ficar sozinha. Aprendi cedo a fazer uso dos meus talentos. Sempre deu certo assim, não vejo motivo pra arriscar uma mudança de comportamento a essa altura do campeonato. Só dá certo nesse mundo quem sabe jogar o jogo de acordo com as regras, concorde com elas ou não.
[...]
Eu te disse que era tua amiga, é verdade. Amigos respeitam os sentimentos uns dos outros, eu sei. Mas não é coisa de homem ficar fazendo beicinho. Sem melodrama. Não é como se eu estivesse te cravando um punhal no coração.
Texto de Erico Verissimo para o Papo de Homem.
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